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Reaproveitamento de rejeitos na mineração
18/12/2020
• Atualizado em 08/07/2024
4 minutos para ler

Reaproveitamento de rejeitos na mineração

Diversas mineradoras e o setor mineral como um todo está trabalhando cada vez mais para estudar e tentar viabilizar o reaproveitamento de rejeitos, estéreis e resíduos na mineração, existem vários exemplos, como o o da Vale para transformar rejeitos de minério de ferro em blocos de concretos e pisos para a construção civil.

Cada vez mais, é importante para mineradoras que esse reaproveitamento seja realizado, tanto porque ele é uma forma de obter mais lucro, quanto para conseguir tratar de uma forma adequada os rejeitos e resíduos minerais, que tendem a se acumular cada vez mais e mais ao longo do tempo.

Dessa forma, neste texto, vamos abordar alguns aspectos relacionados ao reaproveitamento de rejeitos na mineração e aos estudos que estão sendo realizados neste âmbito, para saber mais sobre ele, esse assunto, leia o texto até o final!


Visão Geral da Reutilização de rejeitos na mineração

Não é de hoje que tanto mineradoras quanto diversos pesquisadores e estudantes das faculdades realizam pesquisas com o objetivo de realizar a reutilização de rejeitos na mineração, contudo, um grande diferencial hoje em dia é que diversas startups estão sendo criadas para esse objetivo.

Além disso, devido ao pleno desenvolvimento tecnológico nos últimos anos, conseguimos observar uma maior dedicação a esse tema e mais tentativas de tentar fazer com que isso realmente passe a acontecer em larga escala, dando mais sustentabilidade a mineração.

Para Borges (2008), o conhecimento dos rejeitos viabiliza o aproveitamento como subproduto na própria usina ou em outro segmento industrial, tornando possível seu reuso, diminuindo o impacto ambiental e criando receita no lugar de despesas para realizar o armazenamento ou gestão desse resíduo.


Aplicações mais comuns de resíduos da mineração

Algumas das aplicações mais comuns já desenvolvidas para os resíduos da mineração são:

  • Finos de ferro: Para siderúrgicas e para a construção civil;
  • Resíduos finos de rochas ornamentais: Como argamassas, cerâmicas vermelhas (tijolos e telhas), vidro, tintas, manilhas, corretivos de solo e outros;
  • Resíduos grossos de rochas ornamentais: Para fábricas de cimento, brita e areia artificial, artesanato, seixos ornamentais, bijuterias, muros de contenção de talude, pavimentação, filetes para muros e outros.

De acordo com Kitobo et. Al (2009), o alto preço das commodities metálicas em conjunto com a crescente consciência ambiental justifica o reprocessamento de rejeitos que estão acumulados a muito tempo nas barragens.

Apesar dessa afirmação ter sido realizada há 10 anos, sem dúvidas essa é uma consideração cada vez mais crescente, com a alta das commodities em 2020 e a demanda, não só para as mineradoras, mas também, para todas empresas de aderirem ao ESG, conhecido como Environmental Social and Governance.

A grande proposta do ESG é fazer com que as empresas possuam boas práticas relacionadas ao meio ambiente, ao apoio a sociedade e uma governança transparente, com certeza, se ele realmente conseguir fazer isso, o tema de reaproveitamento de rejeitos será cada vez mais buscado, tanto pela iniciativa privada quanto pela pública.

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Startups de reaproveitamento de rejeito

Um dos principais apoiadores do reaproveitamento de rejeito é o Mining Hub, além desse tema, ele conecta os grandes desafios das mineradoras de grande porte com startups que se propõe a conseguir dar uma solução para estes problemas.

Dessa forma, algumas startups já foram criadas a partir disso, e elas são:

  • EcoMud: Propondo uma solução de baixo custo, que utiliza lama como matéria-prima para uma pavimentação de alta durabilidade;
  • Element: Com uma solução voltada para o mercado de ferro-silício, a partir do rejeito arenosos da Sarmaco, a empresa consegue obter um briquete (bloco denso e compacto) de rejeito e aditivos, que pode ser utilizado na fabricação de aços especiais;
  • GMTech: A GMTech criou uma argamassa de base geopolimérica  que utiliza 50% de rejeito arenoso na composição para poder ser aplicada no reforço e reparo de estruturas na construção civil;
  • Reuse: Já a Reuse focou na área de fundição, tendo um impacto do custo do frete no preço desse material, com o beneficiamento a partir do rejeito arenoso da Samarco, o produto conseguiria se tornar uma alternativa econômica viável, devido a diminuição desse custo, para a indústria local.

Além dessas quatro startups citadas acima, diversas outras já possuem suas operações voltadas para o reaproveitamento de rejeito e existem também diversos estudos nas várias universidades do país que possuem o objetivo de dar um melhor reaproveitamento para os rejeitos da mineração.

Outro teste que foi realizado por pesquisadores da UFMG é o reaproveitamento do resíduo de uma barragem de rejeito da Gerdau, na região de Ouro Preto, sendo testada sua aplicação na construção civil, utilizado numa casa de 48 metros quadrados, sendo a parede, o piso, o teto e até a bancada realizados com esse material em concreto, sendo utilizado também esse rejeito para a argamassa.

Para a construção da casa, foram utilizadas cerca de 20 toneladas de rejeito, ela possui no total 7 cômodos e tem o objetivo de ser completamente sustentável, tendo um sistema de esgoto ecológico, energia solar e piso do quintal permeável.

Com tudo isso, o reaproveitamento de rejeitos na mineração vem sendo testado para vários usos e diversas tecnologias estão sendo desenvolvidos para que a reutilização desse rejeito seja cada vez mais comum.

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