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Reaproveitamento de rejeitos na mineração
18/12/2020
• Atualizado em 18/12/2020
4 minutos para ler

Reaproveitamento de rejeitos na mineração

Diversas mineradoras e o setor mineral como um todo está trabalhando cada vez mais para estudar e tentar viabilizar o reaproveitamento de rejeitos, estéreis e resíduos na mineração, existem vários exemplos, como o o da Vale para transformar rejeitos de minério de ferro em blocos de concretos e pisos para a construção civil.

Cada vez mais, é importante para mineradoras que esse reaproveitamento seja realizado, tanto porque ele é uma forma de obter mais lucro, quanto para conseguir tratar de uma forma adequada os rejeitos e resíduos minerais, que tendem a se acumular cada vez mais e mais ao longo do tempo.

Dessa forma, neste texto, vamos abordar alguns aspectos relacionados ao reaproveitamento de rejeitos na mineração e aos estudos que estão sendo realizados neste âmbito, para saber mais sobre ele, esse assunto, leia o texto até o final!


Visão Geral da Reutilização de rejeitos na mineração

Não é de hoje que tanto mineradoras quanto diversos pesquisadores e estudantes das faculdades realizam pesquisas com o objetivo de realizar a reutilização de rejeitos na mineração, contudo, um grande diferencial hoje em dia é que diversas startups estão sendo criadas para esse objetivo.

Além disso, devido ao pleno desenvolvimento tecnológico nos últimos anos, conseguimos observar uma maior dedicação a esse tema e mais tentativas de tentar fazer com que isso realmente passe a acontecer em larga escala, dando mais sustentabilidade a mineração.

Para Borges (2008), o conhecimento dos rejeitos viabiliza o aproveitamento como subproduto na própria usina ou em outro segmento industrial, tornando possível seu reuso, diminuindo o impacto ambiental e criando receita no lugar de despesas para realizar o armazenamento ou gestão desse resíduo.


Aplicações mais comuns de resíduos da mineração

Algumas das aplicações mais comuns já desenvolvidas para os resíduos da mineração são:

  • Finos de ferro: Para siderúrgicas e para a construção civil;
  • Resíduos finos de rochas ornamentais: Como argamassas, cerâmicas vermelhas (tijolos e telhas), vidro, tintas, manilhas, corretivos de solo e outros;
  • Resíduos grossos de rochas ornamentais: Para fábricas de cimento, brita e areia artificial, artesanato, seixos ornamentais, bijuterias, muros de contenção de talude, pavimentação, filetes para muros e outros.

De acordo com Kitobo et. Al (2009), o alto preço das commodities metálicas em conjunto com a crescente consciência ambiental justifica o reprocessamento de rejeitos que estão acumulados a muito tempo nas barragens.

Apesar dessa afirmação ter sido realizada há 10 anos, sem dúvidas essa é uma consideração cada vez mais crescente, com a alta das commodities em 2020 e a demanda, não só para as mineradoras, mas também, para todas empresas de aderirem ao ESG, conhecido como Environmental Social and Governance.

A grande proposta do ESG é fazer com que as empresas possuam boas práticas relacionadas ao meio ambiente, ao apoio a sociedade e uma governança transparente, com certeza, se ele realmente conseguir fazer isso, o tema de reaproveitamento de rejeitos será cada vez mais buscado, tanto pela iniciativa privada quanto pela pública.

reaproveitamento de rejeito na mineração

Startups de reaproveitamento de rejeito

Um dos principais apoiadores do reaproveitamento de rejeito é o Mining Hub, além desse tema, ele conecta os grandes desafios das mineradoras de grande porte com startups que se propõe a conseguir dar uma solução para estes problemas.

Dessa forma, algumas startups já foram criadas a partir disso, e elas são:

  • EcoMud: Propondo uma solução de baixo custo, que utiliza lama como matéria-prima para uma pavimentação de alta durabilidade;
  • Element: Com uma solução voltada para o mercado de ferro-silício, a partir do rejeito arenosos da Sarmaco, a empresa consegue obter um briquete (bloco denso e compacto) de rejeito e aditivos, que pode ser utilizado na fabricação de aços especiais;
  • GMTech: A GMTech criou uma argamassa de base geopolimérica  que utiliza 50% de rejeito arenoso na composição para poder ser aplicada no reforço e reparo de estruturas na construção civil;
  • Reuse: Já a Reuse focou na área de fundição, tendo um impacto do custo do frete no preço desse material, com o beneficiamento a partir do rejeito arenoso da Samarco, o produto conseguiria se tornar uma alternativa econômica viável, devido a diminuição desse custo, para a indústria local.

Além dessas quatro startups citadas acima, diversas outras já possuem suas operações voltadas para o reaproveitamento de rejeito e existem também diversos estudos nas várias universidades do país que possuem o objetivo de dar um melhor reaproveitamento para os rejeitos da mineração.

Outro teste que foi realizado por pesquisadores da UFMG é o reaproveitamento do resíduo de uma barragem de rejeito da Gerdau, na região de Ouro Preto, sendo testada sua aplicação na construção civil, utilizado numa casa de 48 metros quadrados, sendo a parede, o piso, o teto e até a bancada realizados com esse material em concreto, sendo utilizado também esse rejeito para a argamassa.

Para a construção da casa, foram utilizadas cerca de 20 toneladas de rejeito, ela possui no total 7 cômodos e tem o objetivo de ser completamente sustentável, tendo um sistema de esgoto ecológico, energia solar e piso do quintal permeável.

Com tudo isso, o reaproveitamento de rejeitos na mineração vem sendo testado para vários usos e diversas tecnologias estão sendo desenvolvidos para que a reutilização desse rejeito seja cada vez mais comum.

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