
O que é MagDrone e como é usado na mineração em Minas Gerais
O MagDrone em Minas Gerais representa uma evolução concreta nos métodos de investigação geofísica, especialmente no contexto mineral altamente complexo do estado.
Sua aplicação combina magnetometria de alta resolução com plataformas aéreas não tripuladas, permitindo uma leitura mais precisa e detalhada das variações do campo magnético terrestre.
Trata-se de algo essencial para identificar estruturas geológicas profundas, zonas de alteração e potenciais corpos mineralizados.
Como funciona o MagDrone e por que ele não substitui, mas aprimora
Diferente de sistemas terrestres, o MagDrone coleta dados sem contato direto com o solo, sobrevoando a área com altitude baixa e controlada (geralmente entre 20 e 50 metros), o que garante alta densidade de amostragem mesmo em áreas de relevo acidentado, mata densa ou acesso restrito.
Não se trata apenas de sobrepor um sensor a um drone. O MagDrone exige planejamento geofísico detalhado, modelagem prévia do campo magnético regional, definição cuidadosa das linhas de voo, calibração com estação base e posterior correção de ruídos e interferências locais.
A aplicação não é automática nem trivial. Ela requer conhecimento geológico para que a interpretação seja significativa.
Em detalhes, a tecnologia não elimina os métodos convencionais, como a tomografia elétrica ou a sondagem, mas complementa com dados que aumentam o entendimento da geologia subsuperficial.
Isso é particularmente útil em Minas Gerais, onde a geologia dobrada e as estruturas profundas dificultam a leitura direta por métodos apenas superficiais.
Por que a magnetometria aérea tem valor em Minas Gerais
O contexto geológico de Minas exige resolução espacial, velocidade de aquisição e adaptabilidade.
Regiões como o Quadrilátero Ferrífero, o Alto Paranaíba e o Médio Espinhaço abrigam formações geológicas antigas, dobradas, muitas vezes recobertas por solo espesso ou vegetação densa, o que inviabiliza levantamentos tradicionais com boa continuidade.
A magnetometria aérea com MagDrone se torna, nesse cenário, uma ferramenta especialmente valiosa porque permite:
- Identificar falhas geológicas encobertas por cobertura laterítica ou vegetação, onde métodos visuais falham
- Delimitar zonas de cisalhamento ou lineamentos estruturais com precisão de poucos metros, essenciais para guiar furos de sondagem
- Mapear variações litológicas sutis, como a diferença entre um metaconglomerado magnético e um quartzito praticamente neutro
- Definir alvos indiretos, como halos de alteração hidrotermal, que não apresentam contraste em métodos resistivos mas alteram o padrão magnético do entorno
Essas interpretações só ganham sentido real quando integradas a mapeamento geológico, dados de campo e conhecimento do sistema mineral alvo.
Por isso, o MagDrone não é apenas um produto, mas parte de uma metodologia mais ampla de diagnóstico geológico.

Como planejamos e executamos um levantamento com MagDrone
Um levantamento magnético com MagDrone começa muito antes do drone decolar. Realizamos primeiro um estudo da geologia local, definimos as feições-alvo, estimamos a suscetibilidade esperada dos corpos e calculamos a resolução espacial necessária.
A partir disso, desenhamos uma malha de voo com espaçamento entre linhas, podendo ser mais densa, dependendo da área ou do tipo de mineralização investigada.
Durante a aquisição:
- Os drones seguem rotas automáticas com georreferenciamento preciso (RTK/PPK)
- Uma estação base terrestre registra as variações naturais do campo magnético, que precisam ser subtraídas dos dados brutos
- Monitoramos em tempo real parâmetros de voo, altura, sinal GPS e possíveis fontes de interferência
Depois do voo, os dados passam por um processo que vai além da simples geração de mapas. Aplicamos filtros derivados, como o gradiente vertical e o analytic signal, que revelam sutilezas magnéticas associadas a estruturas profundas.
Além disso, utilizamos técnicas de modelagem direta e inversa para estimar a geometria e profundidade dos corpos causadores das anomalias.
Os mapas produzidos não apenas ilustram zonas de maior intensidade magnética, mas guiam interpretações estruturais, litológicas e até metalogenéticas.
Muitas vezes, são esses dados que confirmam, ou questionam, hipóteses geológicas construídas a partir de observações de superfície.
Integração com outras técnicas e limitações do método
O MagDrone oferece resultados mais potentes quando combinado a outras fontes de dados.
Por exemplo, a sobreposição com dados de LiDAR permite associar feições magnéticas a estruturas topográficas sutis, como escarpas, dobramentos e zonas de falha.
Já a integração com GPR ou tomografia elétrica permite diferenciar estruturas mineralizadas de simples contrastes litológicos.
É importante reconhecer, no entanto, que o MagDrone não vê tudo. Em ambientes com alta homogeneidade magnética, como zonas dominadas por quartzo ou carbonatos puros, a resposta magnética pode ser neutra.
Além disso, áreas com poluição magnética intensa, como ferros-velhos, cercas metálicas, linhas de transmissão, exigem cuidado extra na interpretação.
Por isso, a interpretação nunca deve ser feita isoladamente, e sim integrada ao contexto geológico, geoquímico e estrutural da área.
Queremos entender seu projeto: fale conosco
Na Geoscan, operamos o MagDrone em diferentes regiões de Minas Gerais, sempre com foco técnico e integração com outros métodos geofísicos.
Atuamos de forma colaborativa com equipes de geologia, engenharia e meio ambiente, buscando adaptar cada levantamento às características do terreno, ao objetivo do projeto e ao contexto mineral local.
Se você precisa entender o comportamento estrutural de um depósito, definir melhor o posicionamento de furos ou investigar áreas amplas com rapidez e segurança, podemos apoiar desde o planejamento até a interpretação final.
Entre em contato, descreva sua área de interesse e seu objetivo técnico. Vamos avaliar juntos a melhor estratégia, considerando as limitações, os ganhos esperados e a integração com outras ferramentas.
Estamos prontos para te ajudar!
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