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Mineralizações associadas a rochas graníticas
03/08/2021
• Atualizado em 03/08/2021
4 minutos para ler

Mineralizações associadas a rochas graníticas

As mineralizações associadas a rochas graníticas podem ser diversas, pois essas rochas atuam em diversos ambientes tectônicos no planeta e são algumas das mais importantes em relação aos diferentes tipos de minérios que podem ser encontrados.

Existem diferentes mecanismos de concentração, distintas classificações quanto a saturação, quanto ao estado de oxidação e quanto ao ambiente tectônico, dessa forma, ao longo deste conteúdo vamos falar um pouco sobre cada uma dessas fases, para entender mais, leia até o final.

Diferentes depósitos associados a rochas graníticas

Os depósitos deste sistema são formados pelos fluidos mais primitivos originados de magmas tão logo eles resfriam. Os principais depósitos associados a rochas graníticas são:

·         Depósitos do tipo Pórfiros (minério de cobre, minério de ouro, Mo, Sn);

·         Depósitos do tipo IOCG (óxidos de ferro, cobre e ouro);

·         Depósitos de Sn e metais raros do tipo Greisen (W, Nb,Ta, Be, Mo, U e ETR);

·         Depósitos de Skarns (Au, minério de ferro, Cu, Pb-Zn, W, Mo, Sn, W, Bi);

·         Depósitos associados a pegmatitos;

·         Depósitos associados a intrusões (Au, W, Bi, Mo).

Essas diferentes mineralizações associadas a rochas graníticas se formam de intrusões ígneas que exsolvem água e desenvolvem plumas hidrotermais, essa água mistura-se à água magmática (fluidos juvenis) e com gases. A diferenciação e evolução dos magmas graníticos levam ao enriquecimento em elementos incompatíveis (de maior interesse econômico) nas fases voláteis constituindo uma fase residual. Sendo os principais depósitos são os de Cu e Au Pórfiros.                                                                           

A cristalização da fase residual é acompanhada de fraturamento da cúpula granítica e escape de voláteis e resulta na formação de importantes depósitos minerais. Os vários tipos de mineralizações dependem de diversos fatores, como:

  • dimensão da intrusão;
  • volume de fluido disponível;
  • posição da pluma hidrotermal em relação à intrusão;
  • ambiente de formação;
  • composição e evolução do magma;
  • grau de fracionamento;
  • estado de oxidação;
  • composição da fase volátil de exsolução do magma;
  • profundidade de cristalização;
  • localidade do jazimento;
  • caminhos percorridos pelo fluido;
  • sítios deposicionais dos elementos metálicos.
mineralizações associadas a rochas graníticas
Fotografias de estruturas rúpteis no granito Lavras (pontos e siglas na Fig. 11A; atitude cf. regra da mão esquerda): (A) Plano de falha estriado WNW-ESE sinistral, coberto com hematita (pt. 6-norte, Hbmz); (B) Plano de falha estriado NE-SW dextral (pt. 7-sudeste, Bgp); (C) Jog transtensivo dextral, em veio de quartzo NE-SW (pt. 8-leste, Bgp); (D) Splay dextral NNW-SSE, em sistema denso de fraturas (pt. 14-oeste, Bhsg); (E) Zona de intensa cataclase NNE-SSW, interrompida por plano estriado NW-SE sinistral (bancada sul, cava Boa Vista; Fag); e (F) Interação parcial entre segmentos de dique máfico en échelon (10 – 15 cm de espessura; pt. 1-oeste; Fag). Fonte: https://www.scielo.br/j/bjgeo/a/PCCXh35GXvLJqSvV5PCp7bf/?lang=pt#. Título: Alojamento do granito Lavras e a mineralização aurífera durante evolução de centro vulcano-plutônico pós-colisional, oeste do Escudo Sul-riograndense: dados geofísicos e estruturais

Mecanismos de concentração

Primários: processos capazes de concentrar elementos nos líquidos magmáticos. Os elementos passíveis deste tipo de concentração são ditos incompatíveis. Dividem-se em mecanismos de concentração de metal na fase líquida ou concentração em fase fluida.

Secundários: são processos tardi- magmáticos que exigem a presença de fase fluida portadora dos elementos mineralizados.

Classificação quanto a saturação em alumínio de mineralizações associadas a rochas graníticas

As classificações quanto a saturação em alumínio podem ser dividas em:

Peraluminosos: Al2O3 > Na2O + K2O. O excesso de aluminio após a formação de feldspatos e feldspatoides entrará na formação dos minerais aluminosos, há formação de muscovita, biotita, turmalina, coríndon, topázio, granada, sillimanita, cianita, cordierita, andaluzita. Formam-se em ambientes de colisão continental, com mineralizações de Sn,W, Nb, F.

Metaluminosos: Al2O3 > Na2O + K2O + CaO. O excesso de aluminio é incorporado aos minerais máficos. O principal elemento afetado é o  cálcio, que não entrará na formação do plagioclásio. O cálcio constituirá minerais moderamente ricos em alumina, (há formação de hornblenda, epidoto e melilita) ou minerais ricos em alumina (cristalização de biotita, piroxênio, olivina, hornblenda). Ocorrem em ambientes de arco de ilha, arco continental, ambientes transicionais (pós-orogênicos) e cadeias meso-oceânicas.

Alcalinos: são encontrados em regiões intracontinentais em ambientes extensionais derivados de hot spot, ocorrem mineralizações de cassiterita, alem de apatita, fosfato, vermiculita, pirocloro e magnetita associada a carbonatitos e rochas ultrabásicas.

Peralcalinos: Al2O3 < Na2O + K2O + CaO. Os minerais afetados serão os álcalis, principalmente o sódio. A falta de alumina leva a não formação de albita, o sódio entra na formação de minerais sódicos, tais como egirina, arfvedsonita, riebeckita, são encontrados em ambientes extencionais e anarogênicos, associados com Hot Spots e Riftes Intracontinentais. Ricos em Th, Nb e F, com mineralizações de urânio em granitos pós-tectônicos.

Classificação quanto ao estado de oxidação

A classificação das mineralizações associadas a rochas graníticas quanto ao estado de oxidação dos magmas félsicos é controlado pela razão Fe+3/Fe2+ no liquido, que é resposta direta do ambiente de formação do magma. Dessa forma, eles podem ser divididos em:

Ilmenita Granitos (granitos tipo S): São mais reduzidos, caracterizados pela associação mineralógica ilmenita, pirrotita e k-feldspato (cinza). São granitos que se formam pela fusão de metassedimentos, caracterizados por serem rochas de origem crustal.

Magnetita Granitos (granitos tipo I): São mais oxidados que os anteriores e se formam pela fusão parcial de rochas ígneas, caracterizando rochas de origem profunda.

Classificação de mineralizações associadas a rochas graníticas quanto ao Ambiente Tectônico

Quanto ao ambiente tectônico, as mineralizações associadas a rochas graníticas podem ser divididas em quatro tipos:

Granitos tipo A: Característicos de ambientes anorogênicos, tais como regiões de Hot Spots ou Riftes Intracontinentais, também ocorrem em ambientes pós-orogênicos (transicionais). Pertencem à série alcalina e são de caráter peralcalino (Al2O3 < que K2O+Na2O) representados por sienitos, dioritos e gabros, monzogranitos e quartzo-dioritos. Uma textura típica destes granitos é a textrura Rapakivi.

Granitos tipo I: Ocorrem em ambientes orogênicos tais como de Arcos Continentais ou Arcos de Ilha (zonas de subducção). Pertencem à série cálcio-alcalina, sendo de caráter variável entre granitos peraluminosos a metaluminosos e apresentam conteúdo em silica variável, representados por tonalitos e granodioritos, diorito e gabro.

Granitos tipo S: Ocorrem em ambientes de Colisão Continental. Pertencem à série cálcio-alcalina e apresentam caráter peraluminoso (Al2O3 > Na2O + K2O), são chamados de leucogranitos e representados por rochas muito diferenciadas, tais como sienogranitos e monzogranitos.

Granitos tipo M: São granitos reconhecidos por serem de origem mantélica advindos de um magmatismo pouco diferenciado, formados em regiões de Cadeias Meso-oceânicas. Pertencem à série toleítica e possuem caráter metaluminoso, são os plagiogranitos. Estes se associam a sequências ofiolíticas e são representados especialmente pelos quartzo-dioritos, dioritos e tonalitos.

Composição e evolução do magma granítico

A composição e evolução do magma granitico estão diretamente associadas à formação dos depósitos minerais. Dependendo da composição do magma granítico ocorrerá a formação de diferentes tipos de depósitos mineralizados. Magmas graníticos menos evoluídos têm composição mais intermediária (tonalítica, quartzo-diorito, granodiorítica), enquanto que magmas mais evoluidos e mais diferenciados têm composição mais ácida (leucogranitos, monzogranitos, sienogranitos). Assim, a diferenciação de um granitóide define especialmente sua afinidade geoquímica com determinados, definindo o tipo de depósito que pode estar a ele associado.

         Mineralizações associadas às rochas mais diferenciadas: A evolução de um magma descreve o grau de fracionamento ao qual este magma foi submetido. Granitos mais fracionados concentram mais elementos incompatíveis (U, Zr, Th, Y, Zn), na fase líquida, portanto, granitos mais diferenciados são capazes de formar concentrações de estanho durante a cristalização fracionada, sendo que a mineralização e a concentração principal estão relacionadas às fases pós-magmáticas. Os depósitos minerais associados aos granitos mais evoluídos são os depósitos de Sn e metais raros (W, Nb, Ta, Be, Mo,U, ETR).

         Mineralizações associadas às rochas mais primitivas: os depósitos minerais associados aos granitos menos evoluídos correspondem aos depósitos de Cu-Au pórfiros, Cu pórfiro, Cu-Mo pórfiros.

Processo de formação de plútons graníticos

         – Fusão parcial na base da crosta (provocada por aumento de temperatura).

         – Segregação (a linha tracejada separa regiões com temperaturas acima e abaixo do solidus).

         – Transporte do magma para níveis crustais mais superiores (transportado ao longo de diques, falhas pré-existentes, zonas de cisalhamento ativas interconectadas e estruturas dilatacionais, ou ainda sob forma de diápiros ou outros mecanismos). 

         – Alojamento (marca o estágio final no processo de formação de granitos devido à interrupção da ascensão magmática).

Agora que você já aprendeu mais sobre as diferentes mineralizações associadas a rochas graníticas, continue acompanhando nosso blog para conferir outros conteúdos!

processo de formação do plúton granítico

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